domingo, 6 de abril de 2014

Para o meu amor

     Quando a dor parece dilacerar, à espera de alguém, à espera de uma voz, numa noite fria... a noite parece não ter fim. Tudo é vazio e triste.
     Eu a espero desesperançado, com a falsa certeza de que virá.
     Virá de uma forma ou de outra, me fazer companhia. Te aguardo mesmo não te querendo, pensando em você todo o tempo, imaginando se virá realmente.
     Eu tento tirá-la da minha vida, desesperado em minha insanidade. Penso em você nas horas difíceis. Vejo seu rosto à minha volta, espreitando minha falsa alegria... me recordo de todos os nossos momentos. Sinto seu sabor no que bebo, no que como. Sinto seu cheiro em cada esquina.
     Feliz me sinto com sua partida, mesmo sendo minha companheira... Minha alegria é triste com ou sem sua presença. Nos olhos dos conhecidos, dos desconhecidos na rua, nas palavras antes aladas dos deuses, nas promessas leais e insanas dos apaixonados, no pranto à beira do túmulo, no sorriso inocente das crianças.
     Estais lá à me observar. Me velando em vida, ao chegar, ao partir, ao dormir. E sempre estará. Assistindo minhas vitórias e minhas derrotas. Acariciando meus cabelos enquanto durmo. Desejando-me um bom dia quando desperto.
     E como era de se esperar de ti, você veio em minha providência. Pois sempre esteve presente, principalmente nas horas mais amargas, compartilhando dos meus momentos, batendo tarde à minha porta...
     Seja bem vinda, minha amiga, companheira, meu amor. Nos dias quentes, nas noites frias, nas madrugadas sem fim... Seja bem vinda, solidão. Seja bem vinda meu amor.
   

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