quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Palavras aromáticas

Só o silêncio. 
Ouço meus pensamentos turvos, 
por um momento
me encolho só e oculto.

Nos meus anseios 
construindo pontes, derrubando muros, 
me presenteio. 
Uma chama em meio ao escuro.

Não há mais trevas, 
me sinto seguro. 
O perfume do incenso, 

com cheiro de ervas, 
genuíno e puro, 
sem culpa me ausento.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Jardim

Deitei em meio aos ossos e flores sem cor...
A palidez à espera da primavera, 
numa cena do cinema mudo.
O preto e branco contrastando 
no busto da donzela, aguardando...
Dois opostos tão semelhantes.
Pensei ter reparado toda ela, 
mas percebi que olhei assustado. 
Meio curioso, meio desconfiado 
e não a conheci sequer um bocado, 
não por medo dela, mas por medo 
de estar atado 
à personagem que se deita ao lado.
Eu, descuidado 
olhando a tela sem cor, 
sozinho no cinema sentado. 
Penso em como seria a cena 
num futuro, num tempo avançado...
a primavera q colorirá a flor que 
num vaso perfuma o quarto, 
com cores e aromas demasiados...