sábado, 13 de dezembro de 2014

Uma pausa em meio ao caos

     Acordo... assistia uma série sobre zumbis e o fim do mundo... dou-me conta que realmente o mundo está apocalíptico, como em meu sonho. Mesmo sem nenhuma infecção, estou cercado por zumbis...
     Eles andam,  falam, comem e agem como pessoas vivas. Mas num curto período observando, percebo que estão mortos. Desprovidos de almas... corpos vazios em atividade. Fantoches de um sistema que morreu dentre suas crenças, mas que permanece vivo. Um sistema que vive dentro da realidade surreal que sustenta os corpos inanimados, programados...
     Eu esperava algo e dei-me conta da banalidade que considerei ser a esperança. Algo mudou e eu sequer dei-me conta (como poderia?)... e somente há essa certeza de que algo mudou...
     Nossos vizinhos alienados sobrevivem, encurralados esperando carne fresca. Nossos semelhantes tornaram-se inimigos. Pessoas próximas são as mais distantes! Conhecem suas fraquezas e podem abater-nos facilmente...
     O mundo que conhecemos não é mais o mesmo. Os mortos vivem uma vida farta... sobrevivemos ao descaso e a insignificância...
     Nossa essencialidade tornou-nos alimento, enquanto nossa índole nos remete à sobrevivência... impelindo ao canibalismo... nos impulsionando ao egoísmo. Comer ou ser comido... nos privando das memórias que nos fazem humanos... das alegrias que criavam a falsa sensação de que éramos livres...