segunda-feira, 11 de junho de 2012

Histeria coletiva

Ódio...
devora a alma, invade o coração.
No peito uma pressão
e o desespero o domina.
Maldade mundana,
histeria coletiva,
caos social...

Os vermes de tuas entranhas
correm-lhe à face,
cavalgam sua índole.
Escorre fel de tua inoscência
e da tua descência perdida...

Seu Guardião não presta,
é imunda sua existência - o Mundo
alimenta sua luxúria.
Beba no cálice capital de falsos ideais,
pois tão pouco resta...
nem ao menos conhece as saídas e
oque realmente resta?
Droga!
é isso...
droga...

Amada lua

Surge contrastando no céu descoberto,
Uma lua casta...
Inspira o uivo afetuoso e reverenciativo,
assim - rotina epopéica - surge a escuridão.
Lua.
Marca e relembra
dor e amor;
Mementos felizes, incessante
Agonia...
Sela o pacto.
Finda, o que testemunhou ser eterno...
deterioração...
Nascimento.
Lua.
Luz fatigada,
refletida;
Lua iluminada.
Tua face: espelho...
Óh lua!
Ouvinte de lamúrias, histórias sofridas.
Não sei ser espelho como tú - sou sol.
E ei de brilhar por toda vida.
Óh lua!
Apaixonar-me por ti fui, em meu peito
uma ferida...
Como assim pude te amar, para intrépido
um eclipse esperar,
se tua chegada...
marca a minha partida.

domingo, 10 de junho de 2012

Eu negado

Hipocrisia
dizer não ser
ou fazer...
fazer 
o que fala para poder desviar
do desespero.

Quando não quer,
quebra.
Quando não convém,
deixa.
Quando não tem direção,
segue o coração.
Quando o mesmo falha,
a razão rasga como navalha.
Sem hipocrisia ou arrependimento,
não deixa a razão ser usurpada
pelo sentimento.

sábado, 9 de junho de 2012

     Do sentimento fez-se a melancolia,
veio ao anoitecer e ficou até que fosse dia,
onde não se falava, chorava ou ria;
e me vi nesse plano vagando,
de onde me ausento pensando nas fúteis coisas da vida,
idéias,
delírios...
     Ausente, percebi que algo me faltava,
mais longe a via quanto mais a procurava
e não sabia que oque procurava estava tão próximo.
     Busquei respostas em alguém,
logo abandonando a busca.
Só eu sabia como sentir-me bem.
E ao lembrar disso, se ria.
     Tanto alguém eu desejei e nem sequer sabia...
que estar em mim era preciso,
que só assim ostentaria um sorriso
e alegremente continuaria vivo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Eu (texto de Saulo Rafael)

Quando me iludo,
É quando vislumbro, 
É quando tateio a idéia, da posse,
De me apossar de algo,
É de me apossar de mim mesmo,
De me separar desta carne,
Dessa máquina bio-lógica,
De reações químicas e exatas,
Que assim o é, para si manter, para me manter,
Preso dentro dela, do corpo,
Da máquina, como a em uma cela,
Eu, quando suposta-mente,
Me aposso, de mim,
Quando vislumbro a idéia,
De me encontrar, 
Fora de mim, e com o meu eu,
Penso ser assim, intangível, 
Consciência pura e plena,
Que nesta fuga, ganha vida,
E que volta, a esse corpo,
Para com outras e outros interagir,
Um dia, sem esse corpo, sem essa matéria,
Poderei me encontrar comigo, me ver,
Sem espelho, não precisarei dele,
Pois poderei me sentir, 
E senti-los, e assim, 
Poderei me encontrar com você e com todos,
Como antes,
Sem matéria, sem máquina,
Sem corpo, Sem prisão,
Sem precisar me isolar,
Nem de mim nem de você,
Leve, desprovido de matéria e corpo,
Como a uma alma ou fantasma,
Voando por aí,
É, eu, você, nós,
E enquanto viver,
Mas enquanto isso,
Vou continuar, a dar minhas escapadas,
Para me encontrar comigo, lógico,
Vou me preparando, em segredo,
Para então, depois, 
Me encontrar com todos...

Saulo Rafael 05/06/2012

E, e lembrando de Raul, "...e da janela desses quartos
de pensão, eu como vetor, tranquilo eu tento uma
transmutação..." ( S.O.S / Raul Seixas )

Eu Eduardo agradeço ao nosso contribuinte Saulo, acrescentando que quem desejar ter algo postado aqui que entre em contato. Nas entrelinhas deixe você também o seu ponto de vista. Obrigado.

Um próximo olhar distante

O olhar.
Que num piscar,
faz sorrir ou chorar.
Atemoriza,
intrépido atacante,
atinge o alvo não obstante,
apenas questão de segundos.
Um instante...
Abre portas,
conta segredos,
demonstra sentimentos,
um adeus eterno...
Uma bela mulher,
lindos cabelos.
Olhos cintilantes que a face ressalta.
Ah! esse olhar...
tímido e sem jeito,
assim como um beijo,
capaz é de tocar a alma...