terça-feira, 5 de junho de 2012

Eu (texto de Saulo Rafael)

Quando me iludo,
É quando vislumbro, 
É quando tateio a idéia, da posse,
De me apossar de algo,
É de me apossar de mim mesmo,
De me separar desta carne,
Dessa máquina bio-lógica,
De reações químicas e exatas,
Que assim o é, para si manter, para me manter,
Preso dentro dela, do corpo,
Da máquina, como a em uma cela,
Eu, quando suposta-mente,
Me aposso, de mim,
Quando vislumbro a idéia,
De me encontrar, 
Fora de mim, e com o meu eu,
Penso ser assim, intangível, 
Consciência pura e plena,
Que nesta fuga, ganha vida,
E que volta, a esse corpo,
Para com outras e outros interagir,
Um dia, sem esse corpo, sem essa matéria,
Poderei me encontrar comigo, me ver,
Sem espelho, não precisarei dele,
Pois poderei me sentir, 
E senti-los, e assim, 
Poderei me encontrar com você e com todos,
Como antes,
Sem matéria, sem máquina,
Sem corpo, Sem prisão,
Sem precisar me isolar,
Nem de mim nem de você,
Leve, desprovido de matéria e corpo,
Como a uma alma ou fantasma,
Voando por aí,
É, eu, você, nós,
E enquanto viver,
Mas enquanto isso,
Vou continuar, a dar minhas escapadas,
Para me encontrar comigo, lógico,
Vou me preparando, em segredo,
Para então, depois, 
Me encontrar com todos...

Saulo Rafael 05/06/2012

E, e lembrando de Raul, "...e da janela desses quartos
de pensão, eu como vetor, tranquilo eu tento uma
transmutação..." ( S.O.S / Raul Seixas )

Eu Eduardo agradeço ao nosso contribuinte Saulo, acrescentando que quem desejar ter algo postado aqui que entre em contato. Nas entrelinhas deixe você também o seu ponto de vista. Obrigado.

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