
Aqui dentro a melodia fúnebre, com um canto que não posso ouvir, distante... sou agora um auto-falante, a própria canção, o artista, sou tudo e nada, criador de uma sinfonia desritimada. Meu corpo vibra, sopra, pinga, bate descompassado e ainda sim ouço ao longe a voz da melodia dentro de mim, lutando para sair, nem sei ao certo se é dentro ou fora. Um sussurro talvez...
No rádio uma canção, pensei ser nossa música. Mas sequer prestei atenção. Aqui dentro aumentou o barulho. Fora, meu corpo agitado transforma o som em algo primitivamente barulhento e banhado em suor e lágrimas, tento não ouvir meu corpo, dentro ou fora. Pois em minha mente agora ecoa a nossa canção, aquela que evito ouvir, perdida no passado, esquecida num verão qualquer...
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